O "Sem Filtro" de hoje (11) falou sobre os impactos psicológicos que uma cirurgia pode trazer, principalmente quando não tem fins estéticos. Há quatro meses, a atriz Lorena Comparato passou por um procedimento no nariz devido a uma fratura antiga. Ela sofreu ao ver o resultado, ficou deprimida e ainda não se sente 100%.
"O médico foi claro comigo desde o começo, disse que meu nariz estava 'derretendo' e que isso poderia ocasionar problemas de saúde. Um dos riscos era de que ele mudasse, ficando mais fino e arrebitado, algo que não queria. Foi uma decisão muito difícil", disse a Universa.
Ao ver o rosto diferente, ficou abalada. "Eu chorava. Era um desespero muito grande. A imagem realmente me incomodava muito", conta. Ela chegou a achar que não conseguiria mais trabalhos como atriz e que seu namoro acabaria.
Ajuda psicológica é bem-vinda
Lorena levou um mês para perceber que precisava de ajuda médica para tratar o trauma."Sou diagnosticada com TDAH. Sofri tanto que nem pensei em falar com a minha psiquiatra. Não via saída, estava entrando num buraco profundo", conta.
O cirurgião plástico Guilherme Guardia Mattar ressalta a importância de o médico deixar claro o que pode acontecer no pós-cirúrgico. "É necessário entender que será uma troca. Pode ser uma flacidez por uma cicatriz ou, como no caso da Lorena, uma mudança no nariz para um ajuste ósseo. Temos que avaliar o custo-benefício dessas trocas."
Nesses casos, o amparo psicológico é essencial. "Se o paciente não estiver no melhor momento para um procedimento, é importante o acompanhamento antes da cirurgia", completa.
A psiquiatra Maria Fernanda Caliani, especialista em terapia cognitiva comportamental, diz que devemos prestar atenção ao nosso comportamento após uma cirurgia. "Busque um psiquiatra quando sentir que o sentimento sobre o que vê está ficando intenso, mesmo com a ajuda da terapia", explica.
A médica de Lorena "receitou", como parte do tratamento, que ela se encontrasse com o namorado. Contar com apoio da família e de amigos, e também se acolher, é importante, afirma Maria Fernanda. "Seja gentil consigo mesma e entenda que o corpo leva um tempo para se readaptar. É preciso paciência."
Fonte: https://www.uol.com.br/universa